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Tragédia em Guatapará (SP): Passageira relata momento do acidente e busca por respostas

A aposentada Sueli Germina Ribeiro dos Santos ainda tenta entender o que causou a tragédia ocorrida no último domingo (1) em Guatapará (SP), quando um ônibus com 26 passageiros e o motorista caiu em um barranco, resultando na morte de nove pessoas. Contrariando as informações divulgadas pelas autoridades, Sueli afirma que não chovia no momento do acidente.

O grupo, que saiu de Monte Alto (SP) na madrugada de domingo com destino ao Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Tambaú (SP), seguia para a região de Cachoeira de Emas, em Pirassununga (SP), para almoçar antes de retornar a Monte Alto no período da tarde.

No trajeto de volta, Sueli lembra que o ônibus foi atingido por uma forte chuva próximo a Luís Antônio (SP), porém foi possível continuar a viagem. Quando a excursão passava pela Rodovia Deputado Cunha Bueno (SP-253), próximo a Guatapará, ela ouviu pessoas comentando que o veículo ia bater. Sueli, que estava sentada no penúltimo banco, relata o momento do acidente:

"Eu olhei a hora no celular, eram 16h, e fui guardar na bolsa. Aí eu vi que balançou o ônibus. Olhei e vi que o ônibus não estava certo na pista, mas abaixei, acabei de ajeitar o celular e vi que alguém gritou: ?nossa, vai bater?. Mas eu olhei e não vi condução na frente. Ajeitei na poltrona, eu estava de cinto, e alguém gritou de novo: ?nossa, vai tombar?. Eu desabotoei o cinto, deitei no assoalho entre os dois bancos que eu estava, segurei. Eu estava no penúltimo banco e escutei alguém gritando: ?nós vamos morrer?. Aí eu percebi que o ônibus tinha saído da pista porque fez um barulho enorme."

De acordo com a sobrevivente, o veículo caiu no barranco e todas as janelas quebraram com o tombamento. Somente após o ônibus parar, Sueli conseguiu deixar o local onde estava e começou a socorrer três crianças que estavam atrás dela, assim como suas avós. Neste momento, a chuva começou a cair, segundo Sueli.

Os feridos, incluindo o motorista, conseguiram sair pela frente do ônibus. O socorro chegou rapidamente e as vítimas foram atendidas e levadas às ambulâncias. Sueli teve apenas um corte superficial no braço e não precisou ser hospitalizada.

Investigação em andamento

A Polícia Civil registrou um boletim de ocorrência para investigar as suspeitas de homicídio e lesão corporal culposos. O motorista do ônibus, que passou por teste do bafômetro e teve resultado negativo para consumo de bebida alcóolica, já recebeu alta e foi encaminhado a um hospital em Sertãozinho (SP) no dia do acidente.

Os bombeiros levantaram a hipótese de aquaplanagem devido à chuva. O local do acidente apresenta um desnível de dez centímetros, de acordo com o boletim de ocorrência. O tacógrafo do veículo foi recolhido para análise pericial.

A empresa responsável pelo ônibus, Petitto, lamentou o acidente em nota e afirmou que está prestando auxílio às vítimas e aos familiares. A seguradora também foi acionada para prestar apoio especializado.

Até o momento, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), responsável pela rodovia, não se manifestou sobre o ocorrido.

Sueli, ainda em choque, busca esquecer as lembranças do acidente e das vítimas espalhadas ao redor dela. Ela espera encontrar respostas sobre o que causou a tragédia e relembra o estado aparentemente bom de conservação do ônibus tanto interna quanto externamente.

Compartilhando seu relato em meio a sua recuperação física e emocional, Sueli se mantém consternada com a cena horrível presenciada e pede por paz e tranquilidade para todos os envolvidos na tragédia.

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