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VÍDEO: Polícia encontra mais de 50 indígenas do MS em alojamento insalubre e suspeita de trabalho análogo à escravidão em fazenda de laranja em MG

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Sem alimentação adequada e higiene precária: indígenas são encontrados em alojamentos precários

Na noite de quarta-feira (22), a Polícia Militar (PM) encontrou 52 homens indígenas divididos em dois alojamentos precários na cidade de Planura, em Minas Gerais. Esses trabalhadores são provenientes da aldeia Pirajuí, localizada em Paranhos, no Mato Grosso do Sul, e muitos deles falam apenas a língua guarani e não possuem habilidades de leitura e escrita. Eles foram contratados pela empresa produtora de laranjas e produtos derivados, Cutrale. No entanto, apesar do registro de boletim de ocorrência, nenhum trabalhador foi resgatado.

O Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais (MPT-MG) foi acionado e uma investigação será aberta na Procuradoria do Trabalho em Uberlândia. Já a Cutrale, empresa responsável pela contratação, foi contatada pela reportagem, mas ainda não retornou o contato.

Alojamentos precários e condições de vida indignas

A PM encontrou 22 homens em uma das casas e 30 em outra. Ambos os alojamentos apresentavam falta de itens essenciais como fogão, geladeira, papel higiênico e condições mínimas de higiene. Além disso, os banheiros eram compartilhados por todos os trabalhadores e não havia colchões adequados para dormir. A situação também foi confirmada por um funcionário da Cutrale, responsável por buscar os trabalhadores no Mato Grosso do Sul e que também estava alojado.

Contratação e condições de trabalho

De acordo com os trabalhadores, a jornada de trabalho era das 7h às 15h e eles recebiam três refeições diárias. O café da manhã consistia em pão, leite e café, enquanto o almoço e jantar eram servidos em marmitas. No entanto, os indígenas não recebiam café da tarde e não tinham meios para cozinhar na casa. Durante o processo de contratação, foi prometido aos trabalhadores um cartão vale-alimentação no valor de R$ 500, mas esse benefício nunca foi entregue. Além disso, não sabiam ao certo o valor do salário diário, o nome da fazenda em que trabalhavam e afirmaram que o valor dos equipamentos de segurança era descontado dos seus vencimentos.

Ambientes de trabalho dignos e respeito aos direitos trabalhistas

A situação dos indígenas encontrados em condições precárias em alojamentos é extremamente preocupante e indica uma violação dos direitos humanos e trabalhistas. É fundamental que as empresas, como a Cutrale, garantam condições de trabalho dignas e respeitem os direitos trabalhistas de todos os seus funcionários, independentemente de sua origem étnica ou cultural.

O Ministério Público do Trabalho deve investigar o caso e tomar medidas legais adequadas para assegurar que situações como essa não se repitam. Também é importante destacar a necessidade de conscientização e sensibilização sobre a importância de promover a igualdade e o respeito aos direitos humanos no ambiente de trabalho.

Não podemos tolerar situações em que seres humanos são submetidos a condições precárias e desumanas de trabalho. É responsabilidade de todos os envolvidos, incluindo as empresas e as autoridades governamentais, garantir que os direitos trabalhistas sejam respeitados e que ambientes de trabalho seguros e dignos sejam proporcionados a todos os trabalhadores.

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