Gari que mora com filho pequeno em barraco sonha se formar em direito e ter casa própria

O déficit habitacional no Tocantins passa de 40 mil pessoas na lista de espera por uma moradia

O estado do Tocantins enfrenta um sério problema de déficit habitacional, com mais de 40 mil pessoas aguardando por uma moradia adequada. Essa situação precária afeta milhares de famílias que vivem em condições de extrema vulnerabilidade, como é o caso da jovem Mikaelly Cristine Leite. Mikaelly reside em uma casa improvisada de madeira e lona, juntamente com seu filho pequeno, e sonha em se formar em direito.

Uma vida marcada por dificuldades financeiras

Mikaelly trabalha como gari na limpeza das ruas de Palmas, porém, seu salário é insuficiente para suprir suas necessidades básicas. A falta de recursos a impede de ter uma alimentação adequada, vivendo com a geladeira vazia. Apesar disso, ela se mantém esperançosa e determinada a conquistar seu diploma universitário.

Em sua rotina diária, Mikaelly estuda incansavelmente durante suas poucas horas de folga. Ela aproveita o horário após o trabalho, das 10h às 13h, e ainda dispõe de seu horário de almoço para se dedicar aos estudos. Seu esforço árduo é motivado pelo sonho de ter uma profissão e proporcionar uma vida melhor para seu filho. Além disso, Mikaelly também cultiva a esperança de encontrar uma solução para a falta de moradia.

Outros casos semelhantes

José Soares Guimarães é outra pessoa que está na mesma situação delicada. Ele vive debaixo de uma lona improvisada em uma área verde em Palmas, acompanhado de seus três filhos pequenos. Após a morte de sua esposa durante o parto, José perdeu sua moradia anterior e se viu obrigado a viver em condições precárias. Atualmente, ele trabalha como catador de recicláveis, mas tem esperança de conseguir uma casa própria no futuro.

Segundo Adelmário Alves, coordenador nacional da União por Moradia Popular, tanto o governo do Tocantins quanto a Prefeitura de Palmas carecem de projetos eficientes para combater o déficit habitacional. A falta de um programa adequado impede que a quantidade de moradias construídas acompanhe o crescimento da demanda, afetando especialmente as famílias de baixa renda.

A falta de ações por parte do poder público

Tanto a Prefeitura de Palmas quanto o governo do Estado afirmam que possuem projetos de habitação em andamento e que estão entregando moradias populares na cidade. No entanto, para muitas famílias como Mikaelly e José, essas ações ainda não são suficientes para solucionar o problema urgentemente.

A esperança na solidariedade

Enquanto os programas habitacionais do poder público ainda são insuficientes, Elizangela Almeida faz parte de um grupo de amigos que há quatro anos se mobiliza para arrecadar doações e construir casas para pessoas em situação de vulnerabilidade. Até o momento, eles já conseguiram construir três casas e estão buscando ajuda para realizar o sonho de Mikaelly e sua família.

Uma das primeiras casas construídas pelo grupo foi destinada a Joyce, uma mãe de cinco filhos. Essa iniciativa transformou a vida de Joyce e de suas crianças, que agora têm um lar digno para viver. A gratidão de Joyce em relação à generosidade do grupo é imensa e ela reconhece o impacto positivo que isso trouxe para sua família.

O papel do governo e da sociedade

O déficit habitacional no Tocantins é um problema complexo e que exige uma abordagem integrada por parte do poder público e da sociedade como um todo. É fundamental que o governo do estado e a prefeitura de Palmas encontrem soluções efetivas para essa questão, com a criação de programas habitacionais adequados, que possam atender a demanda crescente de famílias que necessitam de uma moradia digna.

A iniciativa de grupos como o de Elizangela Almeida também é crucial, mostrando que a solidariedade e a mobilização social podem fazer a diferença na vida das pessoas em situação de vulnerabilidade. É importante que a sociedade se una e apoie essas ações, contribuindo da forma que puder para diminuir o déficit habitacional e proporcionar uma vida melhor para aqueles que mais precisam.